quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A corda quebrou! Que corda? ACORDA!!!

Sabe quando você era pequeno e tinha que comer algo que não gostava e não podia levantar da mesa enquanto não acabasse? Pois é, estou daquele jeito, há dias com uma informação que não consigo engolir, preciso cuspir, perdoem-me. Como assim, tem banda em Juiz de Fora tocando a 70 cruzeiros por músico? Como assim, o contratante é a casa de show mais pica da cidade? S I N I S T R O! Acompanhei muita coisa em JF, vi (fiz isso também) as bandas se matando pra chegar ao bar com seus instrumentos (cedo, pra passar o som) e dividindo a portaria com a casa no final da noite, antes de embarcar numa carona ou num taxi, que representava mais uma baixa no cachê, longe de ser um jeito confortável e seguro de ir para casa. Às vezes dava uma graninha. Quando o negócio começou a ficar bom, depois de muita ralação de TODOS (empresários e músicos), os donos do pedaço resolveram que as bandas tocariam por um cachê fechado. Ih, deu muita confusão, claro! Me lembro da última banda local que saiu com 2 mil de lá. Depois, filhão, 500tinhos, e lambe os beiços. Graças às consequências de nossas escolhas, eu já estava a me afastar da cidade, e não vi o crescimento absurdo do império de uns sobre a carcaça de outros. Mas quer saber? Bem feito! Mulher que apanha e não vai embora, é porque gosta, né? Uma pergunta pra você, mulher de malan... digo, músico: Quanto dá a sua comanda no final da noite? Porque sei que você chega muito cedo e sai muito tarde, já que abre e fecha a casa, ou a noite, se preferir. Você chega de carona ou de buzão? Taxi? Ou no carrinho que alguém suou para pagar? E durante a noite (longa), fica só na aguinha a que tem direito? Vai embora como? Posso perguntar dos gastos com a atividade? Cordas, baquetas, cabos, palhetas, ensaios, alimentação e transporte nos dias de ensaios, telefone, tempo, estudo... por 70 cruzeiros???? Não... Sou o quê? Radical, louco, ingênuo? Pois quando usaram um texto meu para falar em greve dos músicos, teve gente pulando alto. Depois, ficaram sabendo de um movimento parecido na capital do estado e, os mesmos saltadores, aplaudiram a iniciativa. Deixei até o blog abandonado por esse tempo todo, pois, na época, não queria me desgastar, não dependo de trabalho na cidade há muito tempo. Hoje, o cara que mais foi contra a ideia da greve já me disse que errou, aprecio sua humildade. Tenho voltado à cidade por motivos pessoais, aproveito e faço um som, até ajuda nas despesas, mas esse tipo de coisa me deixa deprimido. Para não pensarem que em qualquer outro lugar tudo é muito melhor, fiquem sabendo que recusei trabalho no Mangue Seco, mesmo grupo Rio Senarium (sim, no Rio de Janeiro)... por 70 cruzeiros. Bem, o ZicaMu está de volta. P.S.: Jamais esquecerei o quanto aprendi e cresci na casa em questão. Bons tempos. Gabriel Lobo

4 comentários:

  1. Ousado, como sempre abrindo e sustentando os debates mais arrojados. Tenho diversas teorias que, nem de longe, pretendem justificar a atitude das casas diante dos profissionais que a elam prestam serviços, mas diz se não pode ser um matiz? Você que vem aqui pra fazer o que mais gosta, se divertir enquanto faz impressionando as mulheres da casa, bebendo sua cerveja, ainda quer receber?!
    ;)

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  2. Obrigado, blogueira Elis, pela ilustre visita e por contribuir para a reflexão! Agora, diga-me, o que fiz de errado que não consegui deixar o texto com parágrafos?
    Beijs

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  3. Blogueira Elis, essa é boa... Querido, é sempre um prazer! Agora, pra responder sua pergunta eu teria de ter acompanhado de perto o processo, passo-a-passo.
    Beijos

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